segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Experiencias com abelhas nativas

   Num desses finais de semana fui verificar novamente minhas abelhas Tubuna atrás do morro e essas experiências resolvi descrever.
   Tudo começou quando a cerca de pouco mais de um ano atrás estava a procura de abelhas jataí, e acabei achando um caso bem interessante. Havia um antigo ninho de abelhas Apis numa árvore de grápia, numa árvore morta de canela a 30 metros da grápia havia abelhas que não consegui identificar de cara devido ao ninho estar a uns 10 metros de altura, e a 50 metros dali tinha um palanque podre de madeira zé-de-cavalo com um ninho de jataí.
   Depois de tirar o ninho de jataí após alguns dias, fui numa noite até lá e extrai com muito esforço devido ao terreno bastante acidentado, um tronco com 1,5 metros onde tinha dentro o ninho desconhecido de alguma espécie.
   Logo ao derrubar a árvore senti um forte cheiro após a agitação das abelhas, e a solução foi fechar a entrada com um pano. No momento ainda tinha um pouco de receio pois talvez a espécie poderia ferroar assim era melhor prevenir.
   Coloquei o tronco no potreiro perto de casa e no outro dia fui inspeciona-lo e verifiquei de que se tratava de abelha que se enrolava nos cabelos.. Fui aconselhado a queimá-la porém não iria reduzir meu esforço a cinzas, e assim então resolvi que iria extrair a colonia e coloca-la numa caixa qualquer para estudos.
   Construída uma caixa parti para a extração. Usando motosserra e machado, cortando e rasgando a madeira em pedaços consegui retirar o enxame. Lembro que tive que usar mascara e macacão, e ainda o fumegador, pois eram bastante agressivas. Mesmo não possuindo ferrão, são bastante perigosas, pois além de ter uma mordida bastante forte, elas se enrolam em pelos, e penetram em orifícios na cabeça, sendo perigosas para a audição por exemplo.
   O que mais me impressionou foi a quantidade de mel que tinha na colônia, enchendo metade dum balde beirando acredito eu os 5 Kg. Experimentei um pouco mesmo já tendo ciencia que talvez ele fosse tóxico, o resto deixei que a natureza se encarregasse.
   
  
   Agora fui verificar o estado da colonia e acabei me desapontando principalmente porque seu desenvolvimento não tinha sido satisfatório sendo que tenho algumas observações a fazer:
1ºSomente metade do espaço interno da caixa havia sido ocupado.
2ºPouca produção de mel.
3ºA caixa parecia ter mofado por dentro.
  Como estava fazendo algumas caixas para jataí peguei por modelo base, e alterando algumas medidas para mais construída uma caixa que acredito ser mais adaptável.
   Com um ninho de 15cm x 15cm x 18cm, sendo largura comprimento e altura respectivamente fiz um ninho maior que o feito para as jataís. Ressalto que quando fui fazer a transferência da colméia o ninho não coube totalmente, podendo ser por volta de até 7-10cm maior. Não consegui observar essa altura na primeira inspeção pois o ninho estava literalmente entre o os potes de mel e propolis mas bem no centro da caixa em baixo.
    Na primeira inspeção verifiquei que as abelhas tinham perfurado um burraco na frente no alto e outro bem em cima na caixa. Logo deduzi que isso seria uma espécie de escapamento, seja para refrigerar ou para eliminar algum tipo de fermentação que venha a ocorrer na colméia devido as materias primas usadas para sua construção. Quando fui fazer a transferencia de caixas verifiquei isso ao encostar o rosto no orifício superior na caixa e sentir que realmente havia um circulação de ar por ali. 
   Para evitar o trabalho que elas tiveram de ter que perfurar a madeira, até mesmo porque na segunda caixa de estudos, usei madeiras mais resistentes e sem falhas sendo que dificelmente elas conseguiriam perfurá-la, eu fiz um buraco de cerca de 3/8" de diâmetro na tampa da caixa a onde ficaria teoricamente o começo da melgueira, ou o que elas ali construírem. Caso a furação seja muito grande elas que o fechem mais. 
   Já que mencionei a madeira, os tipos que usei foi o Terra-mão (???) que tem um cerne escuro e um cheiro característico. Em palanques dessa madeira é muito comum encontrar um certo tipo de abelha nativa aqui no Sul a abelha Mirim Preguiça (???). O Eucaliptos também foi usado. Não vejo problema em usá-lo até mesmo porque a seiva dessa espécie e usada na confecção do cerume.
   Na verdade então a nova caixa ficou menor e mudando drasticamente a organização da colméia passando de vertical para horizontal. O que eu estou procurando é poder separar o ninho do mel, mas se isso não for possível está de bom agrado pois as vezes o resultado não importa e sim o processo, o conhecimento que adquiri até agora. Agora é só esperar que sobrevivam até a próxima primavera para fazer-se novas descobertas que são o combustível desse hobby. 

Nos videos a seguir postados por mim no youtube coloquei como abelhas Irapuá mas após estudos com pessoas entendidas do assunto descobri que as abelhas se tratavam na verdade de Abelhas Tubuna.















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